quinta-feira, 13 de junho de 2013

Partidos, ideologia e Juventudes


Os filiados dos partidos políticos em Portugal estão para a política como os adeptos de futebol estão para os seus clubes, vivendo-se da "clubite" e da promoção profissional e pessoal. Esta situação causa-me uma certa confusão, pois não é nos partidos políticos que deve estar a paixão dos seus filiados, mas na ideologia subjacente ao partido, devendo portanto haver uma racionalidade prévia na escolha e avaliação do trabalho desenvolvido pelo partido X antes da filiação.

Em Portugal a ideologia não é fundamental quando um jovem escolhe um partido político... uma vez dentro sistema é que se seleciona uma das tendências já existentes no seu seio. E por isso vemos no Partido Social-Democrata, essencialmente, 2 grupos de militantes, com ideologias distintas, para além do que o seu nome poderia deixar adivinhar: (1) os centristas (uns mesmo ao centro, outros mais para a Direita) e (2) os neoliberais. O Partido Socialista divide-se entre aqueles que se consideram sociais-democratas e os centristas (uns mesmo ao centro, outros mais para a Esquerda). Mesmo o CDS-PP e o BE também têm no seu seio enormes clivagens ideológicas entre os seus militantes, muitas vezes deixando pouca noção do projeto que realmente têm para o país. O único partido onde a ideologia é o ponto de partida para qualquer militante é de facto o PCP... o que levado ao exagero faz com que se expurgue quem não concorda com a orientação do seu Comité Central.

As Juventudes Partidárias fazem-me um pouco de confusão, pois parecem autênticas camadas jovens de um clube de futebol, pois têm pretensões a criar e moldar os futuros dirigentes deste país, dando-lhes experiência no combate político e um pensamento ideológico estruturado. Infelizmente e inevitavelmente essa "bagagem", de forma geral, tem sido usada pelos "meninos" para ganhos pessoais, pois estes jovens ambiciosos procuram acima de tudo uma posição que lhes permita chegar a poder... pela disputa, intriga, favores e alianças circunstanciais. E eventualmente acabam por chegar a uma posição de poder, sem a mínima preocupação com os problemas do país e dos seus cidadãos... e é esta a geração de políticos que temos tido nos últimos tempos, daí a urgência de uma reformulação do sistema político-partidário em Portugal!

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