segunda-feira, 25 de março de 2013

Refundação do Governo

Últimamente têm havido pedidos públicos de remodelação governamental dentro dos partidos de coligação (PSD e CDS-PP). Refere-se ainda que Pedro Passos Coelho se encontra a preparar uma remodelação ministerial para sacudir a pressão social e política de que o seu Governo tem sido alvo.

Para ser sincero creio que é impossível para o Primeiro-Ministro fazer uma remodelação ministerial "à séria", porque isso seria admitir o erro no rumo traçado e apontar novas vias para a resolução da crise económica portuguesa. A remodelação ministerial "à séria" implicaria sempre as saídas de Vítor Gaspar e de Miguel Relvas, os verdadeiros líderes deste Governo, e sendo assim será que Passos Coelho tem a coragem de admitir os erros e mudar de rumo? Terá força para se virar contra os seus mentores? Penso que não. Tudo o resto que fizer não passarão de tentativas vãs para melhorar o status do seu Governo.

Esta crise política faz-me lembrar um pouco a situação do Sporting CP. Apela-se à estabilidade dentro do miserabilismo existente, os bancos escolhem o presidente, neste caso o Ministro das Finanças foi através do Banco Central Europa, na perspetiva que os seus interesses sejam salvaguardados, nem que para isso "se mate a galinha dos ovos de ouro" e se "vendam as jóias da Coroa". Chega a uma altura em que temos de dizer basta... precisamos de uma refundação do Governo! 

Com refundação não quero apenas dizer que devamos ir para eleições escolher uma nova liderança para o país. Devemos ir bem mais além! Os cidadãos devem-se unir e lutar por um novo sistema político-partidário, alterar o nosso modelo democrático, tornando-a mais presente nas nossas vidas e deste modo fomentar a participação cívica, menos representativa e mais direta. Cabe sobretudo aos cidadãos engrenar esta refundação, pressionando e exigindo a mudança para limitar as ideias de "eleitor ignorante" e o "eleitor que ignora".

Relatando uma história pessoal, vinha hoje num autocarro "à pinha"... entretanto entra uma pessoa com o "braço engessado" e ninguém lhe deu o lugar... entretanto, umas senhoras idosas, após oferecerem o lugar a essa pessoa, indignam-se com o facto de nenhuma das pessoas sentadas nos lugares para "inválidos" esboçarem um gesto simples de cidadania, começando a reclamar de "viva voz" com essas pessoas. Eventualmente, uma delas cedeu o lugar. Algumas pessoas, apesar de condenarem a falta de civismo daqueles elementos, pensarão: "Que necessidade tiveram aquelas senhoras de armar confusão para uma coisa tão trivial". Porém, há que dizer que é graças a essas pessoas, as que lutam e reinvidicam, que temos a boa parte e as regalias de viver em sociedade... caso contrário, seria a selva!

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